Discografia 02 | Lean Into It (19910 e Bump Ahead (1993) - Mr Big

Ano: 1991 e 1993
Gravadora: Atlantic Records
Gênero: Hard Rock
Obs: o álbum não está à venda.

Hoje vou falar de uma banda que redescobri a pouco tempo, afinal eu lembrava de algumas músicas que fizeram sucesso na década de 90, porém não associava as músicas a banda. Estou falando de Mr. Big.
O Mr. Big já foi por muitos criticado, às vezes pelo virtuosismo de seus integrantes, às vezes por ter ao lado de "pauladas" como "The Whole World Is Gonna Know", baladas como "To Be With You", mas não ha como negar os méritos dessa banda que prova existir "vida inteligente" no Hard Rock dos anos 90. Nesse post vou falar um pouco da carreira da banda, que voltou a pouco tempo, e também sobre dois álbuns muito importantes o "Lean Into It" e o "Bump Ahead" que consegui comprar essa semana no sebo Hi-Fi.
O Mr. Big começou em 1989 como um quarteto integrando Paul Gilbert (guitarra), Billy Sheehan (baixo), Eric Martin (vocal) e Pat Torpey (bateria).
Todos os membros eram considerados, principalmente por colegas músicos e críticos, extremamente habilidosos e com um talento acima da média em seus respectivos instrumentos. Também experientes, Martin cantava desde os 10 anos e, mais tarde, fora líder da Eric Martin Band; Gilbert tocava desde os 9 e havia sido guitarrista da banda Racer X; Sheehan liderara o Talas, tocara na UFO e na banda solo do vocalista David Lee Roth; já Pat tocara com Robert Plant, John Parr e Belinda Carlisle.
O resultado desta união veio logo no primeiro ano, com o lançamento do álbum “Mr.Big”, pela Atlantic Records. O sucesso chegou cedo com as canções “Big Love” e “Addicted to That Rush”.


O primeiro album do Mr. Big apesar de não ter feito tanto sucesso internacional, foi um grande sucesso no Japão, onde acreditem, eles foram durante toda sua trajetória considerados algo tão grande quanto os Beatles. As grandes turnes deles ou shows mais importantes são sempre realizados ou começados por lá.
Um dos maiores sucessos do primeiro album “Addicted to that Rush” mostrava uma banda musicalmente incrível e tecnicamente impressionante. Além do peso das guitarras de Gilbert, do timbre característico do baixo de Sheehan e da pegada incrível de Torpey, Eric Martin chegava a tons inacreditáveis. Basicamente, analisando a banda apenas como técnica musical, eles eram impressionantes. Mas para nossa sorte, não era apenas técnica, a musicalidade estava lá. O Mr. Big foi atingindo o patamar cada vez mais alto, mostrando que toda a técnica estava a favor de qualquer ouvido. Deste primeiro álbum, podemos destacar também: “Take a Walk” e “Rock ‘n Roll Over“.
No ano seguinte, o grupo saiu em turnê e na volta, já começou a preparar o novo álbum, “Lean Into It”. As canções “Lucky This Time”, “Green-Tinted Sixties Mind” e “To Be With You” geraram grande repercussão junto ao público, além de ser sucesso comercial absoluto levando-os ao topo de muitas paradas pelo mundo inteiro. O álbum já tem um apelo comercial maior, porém, sem perder a essência, eles conseguiram criar músicas incríveis utilizando técnicas totalmente virtuosas e únicas em seus instrumentos. O maior exemplo disto que falei é “Green Tinted Sixties Mind“. Uma música que começa com uma introdução feita em tapping (técnica de guitarra) que soa muito estranha, mas está feita de uma maneira cadenciada, é difícil  notar o quão complexa é a abertura da música.
Na turnê deste album o Mr. Big chegou a abrir shows do Aerosmith tamanho sucesso que alcançaram. Para mim, o álbum “Lean into it”, é o segundo melhor álbum do MR BIG. Além de “Green Tinted Sixties Mind”, temos outras músicas excelentes. Sem economizar vamos listar os outros destaques desta obra-prima.
Daddy, Brother, Lover and Little boy – Com uma introdução incrível, é uma música pesada e com um solo matador. Com certeza uma das melhores músicas da banda.


Alive ‘n Kickin – Um Hard Rock com uma pegada de Blues fenomenal. Com um refrão muito marcante e com muita expressão: “Alive and Kickin”.
Just Take My Heart – Uma balada bem romântica com um riff de guitarra excelente.
To Be With You – Uma balada acústica incrívelmente romântica. A música que fez a banda disparar nas paradas e com que todas as calcinhas do mundo evaporarem.


Depois desse álbum, o MR BIG lançou seu primeiro, de muitos, álbum ao vivo, chamado “Mr. Big Live” (incrivelmente original). Além de um ótimo repertório do álbum, o legal deste ao vivo é que eles mostram que não são apenas uma banda de estúdio. Além disso, eles tocam duas músicas cover: “30 days in a hole” do Humble Pie e “Baba O’Riley” do The Who.
Dois anos depois chegava às lojas o terceiro disco, “Bump Ahead”. A turnê foi mundial e incluiu o Brasil, onde a banda tocou para 100 mil pessoas no festival M2000 Summer Concerts, junto com as bandas Rollins Band e os brasileiros do Dr. Sin e Raimundos. Este show foi considerado por Paul Gilbert como o mais importante de sua carreira.
O álbum parece uma continuação do “Lean Into It”, só que melhor, tamanho a semelhança dos álbuns. Considero esse o melhor álbum do Mr. Big pois a banda entrou num ritmo alucinante e compôs algo de uma qualidade magnífica que supera o álbum anterior e consegue ter mais músicas boas que o anterior. Os destaques são diversos e vou listá-los abaixo:
Colorado Bulldog – faixa que abre o álbum de maneira absurda. Basicamente Gilbert gravou uma metralhadora giratória na guitarra e colocou de introdução. Ele destrói uma escala inteira de guitarra ida e volta. Loucura total. Além de tudo, é uma música bem pesada.
Price You Gotta Pay – outra faixa com peso e uma pegadinha que me lembra Blues. Destaque para os ótimos vocais de Eric Martin (principalmente ao vivo). Alias, uma das coisas mais legais do Mr. Big é que além do vocalista ser excelente, os backing vocals são fenomenais. Tanto Paul Gilbert, quanto Billy Sheehan e Pat Torpey, todos tocam extremamente bem, o que torna o show ao vivo um deleite aos ouvidos de qualquer apreciador de música de qualidade.
Nothing But Love – Uma música extremamente melosa, com uma composição excelente de Paul Gilbert que conseguiu transformar o som de sua guitarra em um som de violino. Espetacular.
Promise Her the Moon – Para mim umas das baladas mais bonitas deles.
Esse album, seguindo a fórmula do album ao vivo, possui dois covers. Uma delas, “Wild World” foi um enorme sucesso, que infelizmente no Brasil, foi regravada pela Pepe e Nenem, acabaram com a música. A versão original da música é de Cat Stevens.


Além dela, a banda regravou a música que deu o nome a banda o “Mr Big“.
Em 1996, saiu o disco “Hey Man”, que não obteve o mesmo sucesso dos anteriores. Depois, Paul e Billy decidiram se dedicar a outros projetos. Paul lançou o primeiro disco solo, “King of Clubs”. Já Billy criou outra banda, a Niacin, de jazz e rock, com o tecladista John Novello e o baterista Dennis Chambers. A turnê do disco solo de Paul fez com que ele saísse da banda logo depois.
O grupo enfrentou conflitos internos desde o início, mas soube administrá-los para que nada atrapalhasse o trabalho.
Os membros do Mr. Big já eram considerados deuses no Japão e em grande parte da Ásia com turnês enormes por lá e diversos álbuns ao vivo lançados apenas por lá (Raw Like Sushi I e II, Japandemonium, entre outros…). E nisso, é claro, começa o estresse dentro das bandas.
Apesar de ter músicas maravilhosas,  o disco “Hey Man" não mantém o mesmo nível dos anteriores. Um dos grandes destaques do álbum é o “Hey Man” é a música "Take Cover", com um instrumental um pouco dificil de explicar, mas bem coeso, a música é muito intessante: refrão grudento e um solo de guitarra simplista e lindo. Além destas, vale a pena ouvir a balada “Goin’ Where The Wind Blows” e também “Trapped in Toyland”.
Após a turnê deste álbum a banda lançou mais um ao vivo, gravado no internacionalmente conhecido Budokan (local sonho de muitas bandas) e anunciou um recesso indefinido para aliviar as tensões e deixarem os membros investirem em projetos solo.
Eles decidiram tirar uma folga até que em 1999, se reuniram novamente. Precisavam de um novo guitarrista e foi chamado o amigo Richie Kotzen, ex-Poison. Com a nova formação, o grupo entrou em estúdio e o resultado foi o disco “Get Over It”, que não obteve um bom retorno dos fãs.
Em 2000, Billy resolveu, então, gravar um novo álbum com a Niacin, “Deep”. No ano seguinte, começaram a gravar outro trabalho, “Actual Size”, mas os conflitos pioraram. O disco foi lançado no Japão, o que não evitou mais problemas. Havia discordância sobre o disco, o som, a turnê, entre muitos outros assuntos. A solução do grupo foi despedir Billy.
Assim que o produtor da turnê no Japão ficou sabendo da decisão do grupo, cancelou os shows. Uma nova reunião foi marcada e Billy concordou em tocar nos shows, mas não voltaria ao grupo se grandes mudanças não fossem feitas. Eles decidiram que, após a turnê, a banda acabaria. O último show em Tóquio foi registrado e lançado em CD e DVD: “Mr. Big in Japan”. Em 2003 ainda saiu um álbum tributo, “Influences and Connections”, em que os integrantes e músicos que influenciaram ou foram influenciados pelo grupo gravaram algumas das canções que marcaram a carreira do Mr. Big. O único a não participar do álbum foi Paul Gilbert.
Em 2009, a formação original do Mr. Big celebrou o vigésimo aniversário do lançamento do seu primeiro álbum através de uma reunião para uma turnê no Japão.


Eric Martin, Billy Sheehan, Paul Gilbert e Pat Torpey confirmaram seus planos de reunião com o DJ Koh Sakai do programa japonês de rádio "Heavy Metal Syndicate". Gilbert disse em uma mensagem pré-gravada: "Mr. Big está junto de volta, todos membros originais, e iremos ao Japão tocar ao vivo. Então, venha conferir e detonar conosco".
Marcando a volta da formação clássica do Mr. Big, “What If...” é o primeiro disco da banda em aproximadamente 10 anos – lançado no final de 2010, no Japão, e no início de 2011, no resto do mundo. Como os outros grandes conjuntos de Hard Rock que estão voltando, o Mr. Big tentou também regressar ao passado para trazer todas as sonoridades que compõem seu estilo. Assim, estão presentes o virtuosismo de Paul Gilbert, a habilidade de Billy Sheehan, a versatilidade de Eric Martin nos vocais e a precisão de Pat Torpey na bateria. Prefiro falar desse álbum quando estiver com ele em mãos.
Enfim, o Mr. Big é uma banda de excelentes músicos com uma incrível bagagem. Além disso, as composições e os arranjos são magníficas,  possuem refrões marcantes e riffs contagiantes, sobretudo nesses dois álbuns o "Lean Into It" e "Bumb Ahead". Porém o Mr. Big também é uma banda que já veio de muitos conflitos internos e separações, mas têm agora, com essa nova junção e álbum, um horizonte ainda maior para explorar.

Integrantes
Eric Martin - Vocal (1988-2002,2009-presente)
Pat Torpey - Bateria (1988-2002,2009-presente)
Billy Sheehan - Baixo (1988-2002,2009-presente)
Paul Gilbert - Guitarra (1988-1997,2009-presente)

Ex-integrante
Richie Kotzen - Guitarra (1997-2002)

Músicas
Lean Into It (1991)
Side One
1. "Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)"
2. "Alive and Kickin'"
3. "Green-Tinted Sixties Mind"
4. "CDDF-Lucky This Time"
5. "Voodoo Kiss"

Side Two
1. "Never Say Never"
2. "Just Take My Heart"
3. "My Kinda Woman"
4. "A Little Too Loose"
5. "Road to Ruin"
6. "To Be With You"

Bump Ahead (1993)
Side A
1. Colorado Bulldog
2. Price You Gotta Pay
3. Promise Her the Moon
4. What's It Gonna Be
5. Wild World
6. Mr. Gone

Side B
1. The Whole World's Gonna Know
2. Nothing But Love
3. Temperamental
4. Ain't Seen Love Like That
5. Mr. Big

Fotos dos vinis
Capa (frente), destacando a foto do O descarrilamento ocorrido em 22 de Outubro de 1895 no expresso "Paris-Granville". Aparentemente, o maquinista da locomotiva não travou a tempo ao chegar ao interior da estação e embateu contra os bloqueios de linha, arrastando-os cerca de trinta metros, embatendo depois contra a parede exterior do edifício e saltando para fora da estação, a uma distância de cerca de dez metros na praça de Rennes, ficando apoiada na ponta dianteira. Todos os passageiros do comboio que acabara de chegar sobreviveram, mas uma senhora que vendia jornais naquele momento morreu devido aos ferimentos provocados pela queda da parede.
Foto: Diego Kloss
Capa (verso) - Foto: Diego Kloss
Capa (frente), vinil 120gram (Side one) e
encarte (frente) - Foto: Diego Kloss
Capa (atrás), vinil 120gram (Side two) e
encarte (verso) - Foto: Diego Kloss
Capa (frente) - Foto: Diego Kloss
Capa (verso) - Foto: Diego Kloss
Capa (frente), vinil 120gram (Side A) e
encarte (frente) - Foto: Diego Kloss
Capa (verso), vinil 120gram (Side B) e
encarte (verso) - Foto: Diego Kloss

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