Coleção 12 | João Carlos Martins - Cravo Bem Temperado (1961) e Concerto da Orquestra Bachiana

Ano: 1986 (ano do disco) | 1961 (ano de gravação)
Gravadora: RCA
Gênero: Música Erudita
Valor: R$ 10,00
Estado da capa****
Estado do vinil****
Estado do encarte: não possui
Qualidade do som****
Avaliação do álbum*****
Obs: o álbum não está à venda.

No post de hoje, iremos fugir um pouco do Rock n' Roll para falar da belíssima e espetacular música erudita de Johann Sebastian Bach e de um dos seus maiores intérpretes e exemplo de superação: o maestro e pianista João Carlos Martins.
Primeiramente iremos tratar da história de vida de João Carlos Martins. Depois falaremos um pouco do compositor Sebastian Bach, Villa-Lobos e Vivaldi, cujas obras foram interpretadas pelo maestro junto a Orquestra Bachiana Filarmônica SESI-SP, no concerto realizado em Curitiba no Teatro positivo, no dia 11 de agosto de 2012. E por último apresentarei o vinil que adquiri essa semana, intitulado "Cravo Bem Temperado - Seleção e fugas de Johann Sebastian Bach" interpretadas por Carlos Martins em 1961 e também o vinil do grupo I MUSICI interpretando a mais famosa obra de Vivaldi: As Quatros Estações.

João Carlos Martins
João Carlos Gandra da Silva Martins (São Paulo, 25 de junho de 1940) é um pianista e maestro brasileiro. Começou seus estudos ainda menino, no dia em que seu pai comprou um piano, com a professora Aida de Vuono. Aos oito anos, seu pai o inscreveu em um concurso para executar obras de Bach. Começou a estudar no Liceu Pasteur e, com 11 anos, já estudava piano por seis horas diárias. Teve, no Liceu, aula com o maior professor de piano da época, o russo radicado no Brasil chamado José Kliass. Depois Martins venceu o concurso da Sociedade Brito de São Petersburgo.
Seus primeiros concertos trouxeram a atenção de toda a crítica musical mundial. Foi escolhido no Festival Casals, dentre inúmeros candidatos das três Américas para dar o Recital Prêmio em Washington.
Aos vinte anos estreou no Carnegie Hall, patrocinado por Eleanor Roosevelt. Tocou com as maiores orquestras norte-americanas e gravou a obra completa de Bach para piano. Foi ele quem inaugurou o Glenn Gould Memorial em Toronto.
João Carlos Martins viu-se por diversas vezes privado de seu contato com o piano, como quando teve um nervo rompido e perdeu os movimentos da mão direita em um acidente em um jogo de futebol em Nova Iorque.
Com vários tratamentos, recuperou parte dos movimentos da mão, mas com o correr dos anos desenvolveu a doença chamada Contratura de Dupuytren. Novamente teve que parar de tocar, e dessa vez acreditou seria para sempre. Vendeu todos seus pianos e tornou-se treinador de boxe, querendo estar o mais longe possível do que sua carreira significava como músico. Mas sua incontrolável paixão o fez retornar, e realizou grandes concertos, comprou novos instrumentos e tentou utilizar o movimento de suas mãos criando um estilo único de tocar e aproveitar ao máximo a beleza das peças clássicas. Utilizou-se da mão esquerda para suas peças, obteve extremo sucesso com a atitude e a força de vontade.


Ao realizar um concerto em Sofia na Bulgária, sofreu um assalto e um golpe na cabeça lhe fez perder parte do movimento de mãos novamente. Ao se esforçar, sofria dores intensas em suas mãos, principalmente na esquerda. Novamente pensou que nunca mais voltaria a tocar. João perdeu anos de sua carreira em tratamentos, treinamentos e encontrou novamente uma nova maneira de tocar, utilizando os dedos que podia em cada mão, mas dia a dia podia tocar menos e menos com o estilo e maestria de antigamente.
Essa paixão de João Carlos pela música inspirou um documentário franco-alemão chamado Die Martins Passion, vencedor de quatro festivais internacionais: FIPA d'Or 2004, Banff Rockie Award 2004, Centaur com o melhor documentário de longa-metragem, S. Petersburgo; Best Documentary Award e Pocono Mountains Film Festival, USA.O documentário franco-alemão sobre a sua vida - "Paixão segundo Martins" - já foi visto por mais de um milhão e meio de pessoas na Europa. Também já foi exibido em algumas oportunidades na TV aberta no Brasil, no caso a TV Cultura.
Eu estava sem rumo, em 2003, já sabendo que não poderia mais tocar nem com a mão esquerda. Sonhei então, que estava tocando piano, com o Eleazar de Carvalho, que me dizia: vem para cá, que eu vou te ensinar a reger.” - palavras de João Carlos em uma entrevista.
Em maio de 2004, esteve em Londres regendo a English Chamber Orchestra, uma das maiores orquestras de câmara do mundo, numa gravação dos seis Concertos Branndenburguenses de Johann Sebastian Bach e, já em dezembro, realizou a gravação das Quatro Suites Orquestrais de Bach com a Bachiana Chamber Orchestra. Os dois primeiros CDs já foram lançados (lançamento internacional).
Incapaz de segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos, João Carlos faz um trabalho minucioso de memorizar nota por nota, demonstrando ainda mais seu perfeccionismo e dedicação ao mundo da música.
João Carlos realiza também, na Faculdade de Música da FAAM, um programa de introdução à música com jovens carentes.
A atuação de resgatar a música para as pessoas que conhecem ou ainda nunca tiveram contato com ela faz parte deste "momento mágico" em que vive o maestro João Carlos Martins. Trabalha diariamente com pessoas de todas as camadas por querer mostrar que realmente "A música venceu!".
Em fevereiro de 2004 o crítico inglês descreve na International Piano Magazine um episódio pitoresco que aconteceu na vida de João Carlos Martins, quando após um recital no Carnegie Hall, no final dos anos 60, recebeu uma recomendação de Salvador Dalí: "Diga a todos que você é o maior intérprete de Bach, algum dia vão acreditar. Faz muitos anos que digo ser o maior pintor do mundo e já há gente que acredita". O crítico termina dizendo que João Carlos Martins não teve que esperar tanto tempo.
É torcedor fanático da Associação Portuguesa de Desportos, tendo tocado o hino nacional brasileiro, no último jogo da temporada de 2007 no estádio Dr. Oswaldo Teixeira Duarte lotado, fato considerado por muitos o momento mais emocionante do Campeonato Brasileiro da Série B de 2007.
Foi homenageado pela escola de samba paulistana Vai-Vai com o enredo "A Música Venceu", tendo o maestro como destaque no último carro e em alguns momentos do desfile "regendo" a bateria da agremiação. A escola se tornaria campeã do carnaval desse ano.


João Carlos Martins ocupa um lugar ímpar no cenário musical brasileiro, tendo sido considerado um dos maiores interpretes de Bach do século XX pela crítica internacional, do qual registrou a obra completa para teclado.
Há seis anos iniciou os seus estudos de regência. Apresentou-se com sucesso em Londres, Paris e Bruxelas como regente convidado, imprimindo em suas interpretações a mesma dinâmica que o fez quando pianista.
Há cinco anos fundou a Bachiana Filarmônica e desenvolveu um trabalho com adolescentes através da sua Bachiana Jovem. Criou a Fundação Bachiana, cujo tema é a arte e sustentabilidade. As orquestras foram unificadas e formam a Filarmônica Bachiana SESI-SP.


Hoje, aos 71 anos, construiu uma sólida carreira com a sua Bachiana Filarmônica SESI-SP, a primeira orquestra brasileira a se apresentar em janeiro de 2007 no Carnegie Hall, feito repetido em 2008.
João Carlos e sua Bachiana retornaram a Nova York em 2009 e 2010, desta vez no Lincoln Center, levando mais uma vez o nome do Brasil para platéias internacionais. Em 2011 voltou aos Estados Unidos com concertos no Broward Center em Fort Lauderdale e no Avery Fisher Hall do Lincoln Center em Nova York, levando desta vez como convidados ritmistas da Escola de Samba Vai-Vai. Juntos mostraram em concertos emocionantes, a influência africana para a formação de nossa identidade musical.

Lições de vida
"A PIOR coisa me aconteceu,
foi perder o movimento das mãos.
E a MELHOR coisa que me aconteceu,
foi perder o movimento das mãos."

"Tive uma vida cheia de adversidade e de resultados positivos também.
Eu achava que meu caso era de teimosia, mas uma psicóloga disse para mim que era de superação, e eu acreditei."

"No dia que os médicos disseram para mim que eu nunca mais iria tocar piano, o chão acabou para mim."

"Para ter sucesso é preciso a disciplina de um atleta e a alma de um poeta"

"O maior arrependimento da minha vida foi em não ter tido maturidade suficiente, quando perdi pela primeira vez as mãos para o piano [...] e continuar na música.
Fui ter essa maturidade apenas aos 63 anos, quanto tudo parecia perdido".

"Superação para mim é a pessoa que consegue se reinventar. [...] Superação para mim significa mudança de valores na sua vida."

"Cada nota minha, eu procuro, cada nota tem que ter um valor. Cada nota passa a ter um valor.

"Se os artistas clássicos dedicassem 20% do seu tempo à formação de novos públicos, você pode estar certo de que a música clássica poderia estar perto do rock."

"Com músicas nas escolas, eu garanto para você, a criminalidade em 2015 diminui. [...] Estou com quase 70 anos [...] Se Deus quiser, até meus 80 anos, teremos 1.000 orquestras jovens no Brasil"

"A música venceu".

O pianista
Um homem nascido para fazer grandes coisas ao piano
Washington Post

Um dos mais importantes pianistas do mundo...
New York Times

Um romancista estaria sob grande pressão se levado a inventar uma vida mais implausível do que a do brasileiro João Carlos Martins. Trata-se de uma estória de aclamação pública e tragédia pessoal, de traumatismo físico e recuperação obstinada. Além da música, essa estória abraça intriga política e escândalo financeiro.
New York Times

Primeiro havia Glenn Gould... Agora há João Carlos Martins, um pianista brasileiro cuja estória de Vida pode ser ainda mais fascinante.
New York Magazine

O mais emocionante intérprete de Bach ao piano moderno a surgir desde Glenn Gould.
Boston Glob

Orquestra Filarmônica SESI-SP
A Bachiana FIlarmonica fez seu primeiro concerto em 2004 na prestigiada Sala São Paulo. Depois disso, com um repertório que inclui sinfonias de Beethoven, Brahms, Tchaikovsky , entre outros. Apresentou-se nas mais importantes salas de concerto do Brasil e também no exterior. O grupo gravou as Suítes Orquestrais de Bach, obras precursoras das grandes sinfonias compostas nos séculos seguintes.
Em 2006, o maestro João Carlos Martins fundou a orquestra Bachiana Jovem, que tinha por objetivo trabalhar na evolução musical de jovens musicistas e ao mesmo tempo democratizar a música clássica apresentando-se para pessoas que jamais tiveram acesso às salas de concerto. As apresentações estenderam-se desde pequenas cidades, como Sobradinho, até comunidades mais carentes, através da série de concertos em todos CEUs da Capital Paulista e diversas escolas públicas e praças pelo Brasil afora. A Bachiana Jovem também gravou sob a regência do maestro o CD “Paixões”, com diversas faixas em que o ele volta ao piano.
Há dois anos as duas orquestras fundiram-se, formando hoje a Bachiana Filarmônica SESI-SP, um grupo formado por 25 profissionais que são orientadores de 45 jovens musicistas e foi adotada pelo SESI de São Paulo, formando hoje a maior orquestra da iniciativa privada do Brasil, sem abandonar os ideais que deram origem à Bachiana Filarmônica e à Bachiana Jovem.

Sebastian Bach
Johann Sebastian Bach (Eisenach, 31 de março de 1685 — Leipzig, 28 de julho de 1750) foi um compositor, cantor, maestro, professor, organista, cravista, violista e violinista da Alemanha.
Nascido em uma família de longa tradição musical, cedo mostrou possuir talento e logo tornou-se um músico completo. Estudante incansável, adquiriu um vasto conhecimento da música europeia de sua época e das gerações anteriores. Desempenhou vários cargos em cortes e igrejas alemãs, mas suas funções mais destacadas foram a de Kantor da Igreja de São Tomás e Diretor Musical da cidade de Leipzig, onde desenvolveu a parte final e mais importante de sua carreira. Absorvendo inicialmente o grande repertório de música contrapontística germânica como base de seu estilo, recebeu mais tarde a influência italiana e francesa, através das quais sua obra se enriqueceu e transformou, realizando uma síntese original de uma multiplicidade de tendências. Praticou quase todos os gêneros musicais conhecidos em seu tempo, com a notável exceção da ópera, embora suas cantatas maduras revelem bastante influência desta que foi uma das formas mais populares do período Barroco.
Sua habilidade ao órgão e ao cravo foi amplamente reconhecida enquanto viveu e se tornou legendária, sendo considerado o maior virtuose de sua geração e um especialista na construção de órgãos. Também tinha grandes qualidades como maestro, cantor, professor e violinista, mas como compositor seu mérito só recebeu aprovação limitada e nunca foi exatamente popular, ainda que vários críticos que o conheceram o louvassem como grande. A maior parte de sua música caiu no esquecimento após sua morte, mas sua recuperação iniciou no século XIX e desde então seu prestígio não cessou de crescer. Na apreciação contemporânea Bach é tido como o maior nome da música barroca, e muitos o vêem como o maior compositor de todos os tempos, deixando muitas obras que constituem a consumação de seu gênero. Entre suas peças mais conhecidas e importantes estão os Concertos de Brandenburgo, o Cravo Bem-Temperado, as Sonatas e Partitas para violino solo, a Missa em Si Menor, a Tocata e Fuga em Ré Menor, a Paixão segundo São Mateus, a Oferenda Musical, a Arte da Fuga e várias de suas cantatas.

Vivaldi
Antonio Lucio Vivaldi (Veneza, 4 de março de 1678 — Viena, 28 de julho de 1741) foi um compositor e músico italiano do estilo barroco tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso ("o padre ruivo") por ser um sacerdote católico de cabelos ruivos. Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46 óperas. É sobretudo conhecido popularmente como autor da série de concertos para violino e orquestra Le quattro stagioni ("As Quatro Estações").
Filho de Camilla Calicchio e Giovanni Battista, Vivaldi era o mais velho de sete irmãos. Seu pai, um barbeiro, mas também um talentoso violinista (alguns chegam a considerá-lo como um virtuoso), ajudou-o a iniciar uma carreira no mundo da música, matriculando-o ainda pequeno, na Capela Ducal de São Marcos para aperfeiçoar seus conhecimentos musicais e foi responsável pela sua admissão na orquestra da Basílica de São Marcos, onde se tornou o maior violinista do seu tempo. Em 1703, Vivaldi tornou-se padre. Em 1704, foi-lhe dada dispensa da celebração da Santa Eucaristia devido à sua saúde fragilizada (aparentemente sofreria de asma), tendo-se voltado para o ensino de violino num orfanato de moças chamado Ospedale della Pietà em Veneza. Pouco tempo após a sua iniciação nestas novas funções, as crianças ganharam-lhe apreço e estima; Vivaldi compôs para elas a maioria dos seus concertos, cantatas e músicas sagradas. Em 1705 a primeira coleção (raccolta) dos seus trabalhos foi publicada. Muitos outros se lhe seguiram. No orfanato, desempenhou diversos cargos interrompidos apenas pelas suas muitas viagens. Em 1712 compôs o "Estro armonico", uma coleção de 12 concertos que repercutiu em toda a Europa e mais tarde teve seis obras transcritas por Bach, em 1713, tornou-se responsável pelas atividades musicais da instituição. Em paralelo com suas atividades sacras, Vivaldi obteve permissão para apresentar no teatro de Santo Ângelo suas primeiras óperas e alguns concertos: "Outtone in villa" e "Orlando Furioso" e entre outros concertos, "La Stravaganza".
Em 1723 publicou o Opus 8, que contém "As Quatro Estações", sua obra mais conhecida.
Apesar do seu estatuto de sacerdote, é suposto ter tido vários casos amorosos, um dos quais com uma de suas alunas, a cantora Anna Giraud, com quem Vivaldi era suspeito de manter uma menos clara atividade comercial nas velhas óperas venezianas, adaptando-as apenas ligeiramente às capacidades vocais da sua amante. Este negócio causou-lhe alguns dissabores com outros músicos, como Benedetto Marcello, que terá escrito um panfleto contra ele.
Vivaldi, tal como muitos outros compositores da época, terminou sua vida em pobreza. As suas composições já não suscitavam a alta estima que uma vez tiveram em Veneza; gostos musicais em mudança rapidamente o colocaram fora de moda, e Vivaldi terá decidido vender um avultado número dos seus manuscritos a preços irrisórios, por forma a financiar uma migração para Viena. As razões da partida de Vivaldi para essa cidade não são claras, mas parece provável que terá querido conhecer Carlos VI, que adorava as suas composições (Vivaldi dedicou La Cetra a Carlos em 1727), e assumiu a posição de compositor real na Corte Imperial. Contudo, pouco depois da sua chegada a Viena, Carlos VI viria a morrer. Este trágico golpe de azar deixou o compositor desprovido da proteção real e de fonte de rendimentos. Vivaldi teve que vender mais manuscritos para sobreviver. Faleceu pouco tempo depois, no dia 28 de julho de 1741. Encontra-se sepultado na Universidade Tecnológica de Viena, Viena na Áustria. Igualmente desafortunada, sua música viria a cair na obscuridade até os anos de 1900.

Villa-Lobos
Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 5 de março de 1887 – Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1959) foi um maestro e compositor brasileiro.
Destaca-se por ter sido o principal responsável pela descoberta de uma linguagem peculiarmente brasileira em música, sendo considerado o maior expoente da música do modernismo no Brasil, compondo obras que enaltecem o espírito nacionalista, ao qual incorpora elementos das canções folclóricas, populares e indígenas.
Filho de Noêmia Monteiro Villa-Lobos e Raul Villa-Lobos, foi desde cedo incentivado aos estudos, pois sua mãe queria vê-lo advogado. No entanto, Raul Villa-Lobos, pai do compositor, funcionário da Biblioteca Nacional e músico amador, deu-lhe instrução musical e adaptou uma viola para que o pequeno Heitor iniciasse seus estudos de violoncelo. Aos 12 anos, órfão de pai, Villa-Lobos passou a tocar violoncelo em teatros, cafés e bailes. Paralelamente, interessou-se pela intensa musicalidade dos "chorões", representantes da melhor música popular do Rio de Janeiro, e, neste contexto, desenvolveu-se também no violão. De temperamento inquieto, empreendeu desde cedo escapadas pelo interior do Brasil, primeiras etapas de um processo de absorção de todo o universo musical brasileiro.Em 1913, Villa-Lobos casou-se com a pianista Lucília Guimarães, indo viver no Rio de Janeiro.
Em 1922 Villa-Lobos participa da Semana da Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo. No ano seguinte embarca para Europa, regressando ao Brasil em 1924. Viaja novamente para a Europa em 1927, financiado pelo milionário carioca Carlos Guinle. Desta segunda viagem retorna em 1930, quando realiza turnê por sessenta e seis cidades. Realiza também nesse ano a "Cruzada do Canto Orfeônico" no Rio de Janeiro. Seu casamento com Lucília termina na década de 1930. Depois de operar-se de câncer em 1948, casa-se com Arminda Neves d'Almeida a Mindinha, uma ex-aluna, que depois de sua morte se encarrega da divulgação de uma obra monumental. O impacto internacional dessa obra fez-se sentir especialmente na França e EUA, como se verifica pelo editorial que o The New York Times dedicou-lhe no dia seguinte a sua morte. Villa-Lobos nunca teve filhos.
Faleceu em 17 de novembro de 1959. Encontra-se sepultado no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro. Em 1960, o governo do Brasil criou o Museu Villa-Lobos na cidade do Rio de Janeiro.

Concerto da Orquestra Filarmônica SESI-SP em Curitba - 11 de agosto de 2012
Achei que nunca poderia ter a oportunidade de ver o maestro João Carlos Martins regendo uma formidável Orquestra com a bateria da Vai-Vai. Não só tive essa honra como o privilégio de vê-lo tocar "Cinema Paradiso" de Ennio Morricone, no piano (após uma cirurgia no cérebro, que fez com que ele recuperasse o movimento das mãos), "My Away" de Claude François/Jacques Revaux/Paul Anka e "Trem das Onze" de Adoniran Barbosa, as duas últimas cantadas pelo jovem tenor Jean Willian.
Sem dúvida foi uma noite inesquecível.

Repertótio
A. Vivaldi
Concerto para 4 violinos Si Menor Opus 3 nº 10
Solistas: Elisa Fukuda, Renato Yokota, Ricardo Takahashi e Lucas Farias


J.S Bach
Suite Orquestral nº3
Overture - Ária - Gavotte I/II - Bourré -Gigue




H. Villa-Lobos
Melodia Sentimental
Solista: Jean Willian


H. Villa-Lobos
Trenzinho Caipira da Bachiana Brasileira nº2
Solista: Bateria da Vai-Vai



M. Araujo
Preludio, Fuga e Samba
Solista: Bateria da Vai-Vai


Extras
"Cine Paradiso" de Ennio Morricone
Solista: João Carlos Martins (paino)


"My Way" de Claude François/Jacques Revaux/Paul Anka
Solista: João Carlos Martins (piano) e Jean Willian (tenor)



"Trem das Onze" de Adoniran Barbosa
Solista: João Carlos Martins (piano) e Jean Willian (tenor)



Fotos dos vinis

Capa (frente) e vinil 120gram - Foto: Diego Kloss
Capa (verso) e vinil 120gram - Foto: Diego Kloss
Detalhe da ilustração da Capa - Foto: Diego Kloss

Capa (frente) e vinil 120gram - Foto: Diego Kloss
Capa (verso) e vinil 120gram - Foto: Diego Kloss
Detalhe da ilustração da Capa - Foto: Diego Kloss

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