Ano: 1988
Gravadora: Geffen Records
Gênero: Trilha sonora
Obs: o álbum não está à venda.
Em comemoração ao meu aniversário, e principalmente ao ano de 1988, em que nasci, escrevo neste post sobre um vinil que adquiri essa semana, coincidentemente. Trata-se da trilha sonora do terror-cômico “Beetlejuice – os fantasmas se divertem”, do maluco e genial Tim Burton.
Eu assisti esse filme pela primeira vez na Sessão da Tarde e tinha medo em algumas cenas. Jamais repetia "Besouro-suco" três vezes. Porém, agora é que pude perceber o quão surpreendente e genial é esse filme.
Neste post vou falar um pouco do vinil e a composição da trilha sonora, analisando relação entre as cenas do filme e a sequência de músicas presentes no vinil. Além disso, farei um resumo do filme, trazendo uma breve análise da estética dos roteiros e personagens de Tim Burton.
A cada filme que assisto do Tim Burton me surpreendo com sua criatividade. Cenários loucos, personagens originais, clima sombrio e fantasioso e histórias criativas e sem pretensões. Em “Beetlejuice - Os Fantasmas se Divertem” essa experiência é ainda melhor, pois a história é não só simples e utópica, como irreverente e extremamente crítica, porque analisa a vida após a morte de uma forma hilária e descompromissada, com personagens marcantes, que são uma hora cômicos e outra sarcásticos.
No filme, Adam (Alec Baldwin), um arquiteto não muito bem sucedido, e Barbara (Geena Davis) morreram num acidente de carro e sua casa passa a ser habitada por uma nova família. Adam e Barbara, agora fantasmas, tem a missão de colocar o terror nos novos inquilinos até colocá-los para fora e assim poder “descansar em paz”. Nesse ínterim, aparece o personagem que se sobrepõem aos protagonistas: Beetlejuice, ou Besouro Suco, que é um famoso fantasma trambiqueiro, conhecido por seus exorcismos. Tendo algumas dificuldades para assustar a família, o casal fantasma precisará de sua ajuda. E para isso basta dizer a palavra “Beetlejuice” três vezes.
Recheado de cenas engraçadas, “Os Fantasmas se Divertem” é mais uma prova do talento do diretor. Transbordando criatividade, Tim Burton cria um mundo imaginário e super original, mostrando uma nova idéia sobre “o mundo dos mortos”: uma sala de espera, um manual para os recém-falecidos, uma porta onde não tem saída, a hierarquia e até mesmo lista de espera para ser atendido. Quem imaginaria que até pra descansar nossas almas teríamos que enfrentar uma fila com milhares e milhares de pessoas? Ou que até no mundo dos mortos teria burocracia?
Alguns personagens secundários aparecem nesse mundo paralelo, trazendo suas experiências de morte de uma forma superficialmente hilária. São seres disformes que trazem no corpo as marcas da morte, diferente dos protagonistas, como por exemplo: o fumante, o caçador com a cabeça pequena, o feiticeiro africano, o time de futebol americano, o homem que foi mordido pelo tubarão, a mulher serrada ao meio, o senhor que engoliu um osso, o homem que foi atropelado, a miss que cortou os pulsos, entre outros.
Algo semelhante também acontece na animação “A noiva cadáver”, em que o mundo dos mortos é colorido e divertido, com diversos personagens e suas ”histórias de morte”, enquanto o mundo dos vivos é sem cor e sombrio, dando a ideia de que a morte é a melhor fuga da realidade.
A caracterização dos personagens é fantástica, principalmente a do Beetlejuice. Ele é uma espécie de fantasma demoníaco, um ser defunto repugnante, mal-educado e sem tento na língua que faz da morte um longo trabalho de “exorcismo”, ou seja, expulsar os vivos dos domínios dos mortos. Os recém falecidos Maintland irão recorrer aos seus serviços após verem a casa que viveram ser habitada por novos residentes. Entretanto vão perceber durante o filme que fácil de chamar Beetlejuice, o problema é se livrar dele.
Michael Keaton veste a pele do “irrequieto” e malicioso Beetlejuice, numa caracterização hilariante e fabulosa (Beetlejuice venceu o Oscar de Melhor Caracterização em 1989). Após este bem sucedido trabalho, Keaton voltaria a trabalhar com o mesmo diretor, um ano depois, no grande sucesso Batman e sua sequência.
O filme tem momentos cômicos como a cena do jantar, em que os personagens encarnam espíritos e começam a dançar "Day-o", de Harry Belafonte, freneticamente, sem conseguir controlar seus corpos.
A juvenil Winona Ryder, um igualmente jovem e carismático Alec Baldwin e Geena Davis no auge, completam o elenco desta comédia macabra em que os fantasmas têm tanto sentido de humor como nós, os vivos.
Em relação a trilha sonora do filme, falaremos primeiramente sobre as duas músicas de Harry Belafonte e num segundo momento sobre as composições de Danny Elfman.
Em relação a trilha sonora do filme, falaremos primeiramente sobre as duas músicas de Harry Belafonte e num segundo momento sobre as composições de Danny Elfman.
Harold George Belafonte Jr., ou Harry Belafonte, nasceu em Nova Iorque , em 1 de março de 1927. É um músico, cantor, ator, ativista político e pacifista norte-americano de ascendência jamaicana. Um dos mais bem sucedidos artistas de origem caribenha da história, foi apelidado de "Rei do Calypso" por popularizar o ritmo caribenho nos Estados Unidos nos anos 50.

Durante os anos sessenta, além de ganhar dois prêmios Grammy e seis discos de ouro, introduziu diversos novos artistas ao público ianque, notadamente a cantora sul-africana Miriam Makeba com quem gravou diversas músicas anti-apartheid, e um de seus álbuns de sucesso, de 1962, traz a primeira gravação registrada de um jovem tocador de harmônica chamado Bob Dylan. Com a chegada dos Beatles aos Estados Unidos e a invasão do rock inglês nas paradas musicais, o sucesso de Belafonte começou a diminuir. Mesmo sem o mesmo status de astro dos primeiros anos, ele continuou a fazer grandes shows pelo país e pelo mundo até 2003, quando anunciou sua aposentaria dos palcos.
A escolha de duas músicas de Harry Belafonte, deixam o filme ainda mais engraçado e destacam duas cenas importantes: a do jantar, com “Day-o”, que já citamos anteriormente e a do final em que Lydia (Winona Ryder) dança no ar.
Para quem não sabe Daniel (Danny) Robert Elfman (Los Angeles, Califórnia, 29 de maio de 1953) é um cantor e compositor estadunidense, responsável por diversas trilhas musicais do cinema. Iniciou na música como líder da banda Oingo Boingo, fundada por seu irmão Richard Elfman em 1972, cujo maior sucesso foi a canção "Stay", nos anos 80. Esta e outras músicas foram usadas como trilha em filmes, dos quais o mais conhecido foi em Weird Science (Mulher Nota Mil, no Brasil), com uma música com o mesmo título.
Seu estilo, marcadamente operístico e dramático já era percebido em seu primeiro trabalho, "Forbidden Zone". Como membro da Oingo Boingo participou da trilha sonora de diversos filmes, na década de 80.

Danny Elfman também é responsável pela música de abertura dos filmes do Homem aranha e da música Face To Face da banda de gothic rock “Siouxsie And The Banshees”. No qual também faz parte da trilha sonora de Batman Returns.
Elfman também compôs as músicas-tema para várias séries de televisão, incluindo Os Simpsons, Sledge Hammer!, Tales from the Crypt, Dilbert e o tema de abertura de Desperate Housewives. Também compôs para The Nightmare Before Christmas de Tim Burton, que também aparece no jogo Kingdom Hearts. Suas canções para o filme também foram utilizadas para o jogo The Nightmare Before Christmas: Oogie's Revenge. No primeiro episódio da sexta temporada de Family Guy, ele é citado por Chris.
Elfman é um compositor singular, há uma identidade em sua música e os filmes de Tim Burton desde os primeiros acordes, transitando entre o cômico e o sombrio e explorando a sensação de ilusão e fantasia. Tanto as composições bem elaboradas como as sonoridades mais comuns, conseguem chegar de forma efetiva ao público alvo, tornando-se marcantes e inesquecíveis.
Assim podemos dizer que a fusão entre a trilha sonora e as cenas do filme “Beetlejuice – Os fantasmas se divertem”, tornam Tim Burton um gênio do gênero terror-cômico. O estilo Burtiniano, se podemos chamar assim, é incrivelmente colorido, sombrio, dramático, cômico, sendo que seus filmes e animações não agradam somente o público adulto, como também as crianças. Seus principais filmes e animações desse gênero são:
- 1990 Edward Mãos-de-Tesoura
- 1993 Estranho Mundo de Jack
- 1996 James e o Pêssego Gigante
- 1999 A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
- 2005 A Fantástica Fábrica de Chocolate
- 2005 A Noiva-Cadáver
- 2007 Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street
- 2009 A Salvação
- 2010 Alice no País das Maravilhas
Enfim, em torno do imaginário, Burton consegue criar novas possibilidades, registrar, aproximar o público na arte de persuadir. Afinal seus filmes e animações são um sucesso. Uma mistura de originalidade e excentricidade e como ele mesmo declarou “Fazer filmes é, para mim, uma espécie de terapia bem cara”.
Trailer do filme 1988
Novo Filme
Os produtores David Katzenberg e Seth Grahame-Smith falaram à EW sobre o novo filme de Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice, 1988), de Tim Burton. A dupla começou acalmando os ânimos dos fãs, dizendo que "não estamos refilmando Beetlejuice. As pessoas têm ficado nervosas com isso" "Quando a Warner Bros. nos procurou para discutir o projeto nós dissemos que a única maneira de realizá-lo seria se Tim Burton estivesse envolvido de alguma maneira e que Michael Keaton teria que ser o Besouro-Suco", revelou Grahame-Smith. "Será uma continuação verdadeira, 23 anos depois. Não vamos usá-lo em uma participação especial para endossar o filme. Mas ainda não estamos perto de conseguir Keaton pois não temos um projeto pra mostrar ainda" Grahame-Smith trabalhou com Burton em Dark Shadows, atualmente em produção. A relação entre o cineasta, o estúdio e o roteirista nasceu daí - bem como o desejo de continuar Beetlejuice. Veja como estão os atores do Beetlejuice - Os fantasmas se divertem.
De acordo com o próprio Tim Burton, a sequência de Os Fantasmas se Divertem - pensada ainda na década de 90 - se passaria no Havaí. Beetlejuice voltaria a infernizar a família Deetz em sua nova empreitada: a construção de um resort, que ironicamente fica em cima de um cemitério de ancestrais havaianos. E também participaria de um campeonato de surf.
Nos resta aguardar um novo filme e quem sabe também um "De volta para o futuro 4".
Elenco
Michael Keaton - Betelgeuse/Beetlejuice
Alec Baldwin - Adam Maitland
Geena Davis - Barbara
Winona Ryder - Lydia
Jeffrey Jones - Charles
Catherine O'Hara - Delia
Sylvia Sidney - Juno
Glenn Shadix - Otho
Músicas
Side One
01. Main Titles - Danny Elfman
02. Travel Music - Danny Elfman
03. Book / Obituaries - Danny Elfman
04. Enter...The Family - Danny Elfman / Sand Worm Planet - Danny Elfman
05. The Fly - Danny Elfman
06. Lydia Discovers? - Danny Elfman
07. In The Model - Danny Elfman
08. Juno's Theme - Danny Elfman
09. Beetle Snake - Danny Elfman
10. "Sold" - Danny Elfman
11. The Flier - Danny Elfman / Lydia's Pep Talk - Danny Elfman
Side Two
12. Day-O - Harry Belafonte
13. The Incantation - Danny Elfman
14. Lydia Strikes A Bargain... - Danny Elfman
15. Showtime! - Danny Elfman
16. "Laughs" - Danny Elfman
17. The Wedding - Danny Elfman
18. The Aftermath - Danny Elfman
19. End Credits - Danny Elfman
20. Jump In Line (Shake, Shake Senora) - Harry Belafonte
Fotos do vinil
Capa (frente) e vinil (Side One) gram - Foto: Diego Kloss |
Capa (atrás) e vinil (Side Two) - Foto: Diego Kloss |
Boneco 45cm - Foto: Diego Kloss |
Boneco 45cm - Foto: Diego Kloss |
Boneco 45cm - Foto: Diego Kloss |
Boneco 45cm e vinil - Foto: Diego Kloss |
Preciso desse vinil... Como faço??
ResponderExcluirOlá Raul...
ExcluirPrimeiramente obrigado por acessar o blog e entrar em contato
Infelizmente não tenho esse vinil para a venda. O que eu tenho disponível está em http://devoltaparaovinil.blogspot.com.br/p/vinis-venda.html .
Esse álbum eu comprei pelo mercado livre. Além disso, conheço vários sebos em Curitiba e alguns vendedores e posso te indicar alguns.
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